A área de análise do banco de investimentos Credit Suisse retomou a cobertura e análise das ações da companhia de telefonia Oi. Em relatório inicial divulgado a clientes, os analistas afirmam que os passos da companhia na fusão com a Portugal Telecom levam a um cenário promissor, mas os catalisadores desses resultados positivos ainda devem demorar para aparecer.
De acordo com os analistas Andrew Campbell e Daniel Federle, que assinam o relatório do Credit, “a Oi está dando grandes passos na direção de concluir seu aumento de capital, simplificar sua estrutura corporativa e migrar para o Novo Mercado”. O processo, segundo o relatório, deve ser concluído em outubro.
Além disso, eles avaliam que a companhia tem tomado medidas para tornar seus investimentos e gastos operacionais mais eficientes, de modo a transformar seu modelo de negócios e melhorar os resultados.
O efeito dessas medidas, contudo, não será percebido de uma hora para outra. Por isso, no momento, os analistas têm recomendação “neutral”, ou seja, de manutenção para as ações preferenciais da companhia, com preço justo estimado de R$ 2,20. Os papéis negociam, no pregão de hoje, com 1,57% de alta, a R$ 1,95.
Para o Credit, os fatores que devem impulsionar as ações da Oi são as evidências de que a estratégia escolhida pelos administradores da companhia está surtindo efeito e a consolidação do mercado brasileiro de telefonia móvel. “Ambos os efeitos podem resultar em ganhos substanciais para os acionistas da Oi, mas esses cenários levarão tempo para se concretizarem, portanto, preferimos um posicionamento neutro nos papéis, por ora.”
Notícia publicada no Arena do Pavini
Apesar de estar a perder 13,9% na Oi e 17,3% na PT, logo estou a investir contra o mercado (muito arriscado), quanto mais estudo, mais tenho a certeza que irá ser uma boa opção.
Oi: 10 temas que deve conhecer
A Oi começa a apresentar uma melhoria na tendência das receitas fruto do turnaround em curso. Conheça as apostas que estão a ser feitas nos diversos segmentos de negócio da empresa.Sabemos hoje que o Brasil é uma das maiores economias globais, com uma demografia atrativa, com um baixo desemprego, factos que combinados com o aumento da classe média favorecem o crescimento naquele mercado, nomeadamente do setor das telecomunicações.
Mas onde está verdadeiramente a Oi?
Seguem-se alguns factos que lhe vão permitir ter uma visão geral da operação no Brasil, temas que estiveram, aliás, em destaque na primeira reunião de Zeinal Bava com dirigentes portugueses e brasileiros.
1. Taxa de penetração de serviços móveis móveis, de banda larga móvel e fixa no Brasil
A taxa de penetração no mercado móvel alcançou 134 % em junho de 2013, com o pré-pago a representar 79 % dos acessos. O número de pré-pagos e pós-pagos, em junho de 2013, ascendeu aos 265,7 milhões, número que compara com 150,6 milhões em 2008.
O número de acessos de banda larga fixa, em junho de 2013, foi de 20,3 milhões, que compara com 10 milhões de acessos em 2008. O número de acessos de banda larga móvel, em junho de 2013, foi de 7,1 milhões, número que compara com 0,8 em 2008.
2. Número de acessos no mercado de televisão paga
Em junho de 2013, o número de acessos cabo ascendeu a 6,4 milhões. Em 2008, o número o número era de apenas 3,8 milhões. O número de acessos DTH chegou aos 10, 5 milhões, comparados com 2,1 milhões em 2008.
Atuação da Oi estende-se a nove regionais
3. Quota de mercado de clientes e de receitas da Oi
Em 2013, como operador totalmente integrado, a Oi possuía 41 % de quota de mercado de clientes de acesso fixo, 19 % de acesso móvel, 29 % de banda larga fixa e 5 % de televisão paga. A quota de mercado de receitas da Oi é de 21 %.
4. Cobertura geográfica
Em 2013, a Oi possuía 330 mil km de fibra ótica, contando com a maior cobertura do Brasil. Tem presença em todos os estados brasileiros e em 5477 municípios. Conta com mais de 12 milhões de domicílios com voz e/ou internet e garante ligações de internet em 52 mil escolas, atendendo a 29 milhões de alunos. A Oi tem assim uma das maiores e mais diversificadas redes de Telecom do mundo.
5. Número de regionais
A Oi tem nove regionais:
(1) Bahia/ Sergipe; (2) Ceará – Ceará, Maranhão, Piauí; (3) Centro-Oeste – Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Tocantis; (4) Minas Gerais/ Espírito Santo – Espírito Santo – Minas Gerais; (5) Norte – Amapá, Amazonas, Pará, Roraima; (6) Pernambuco – Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte; (7) Rio de Janeiro; (8) São Paulo; (9) Sul – Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina.
6. Tendências no segmento residencial
Redução da perda de linhas fixas e crescimento na penetração de banda larga e televisão paga, factos sustentados no lançamento de ofertas convergentes. Neste segmento, a aposta passa pelo lançamento de ofertas convergentes e pela qualidade nas vendas. As receitas da TV paga subiram, no primeiro trimestre de 2014, 18 % em relação a igual período do ano passado. As receitas também subiram 6,5 % quando analisados os períodos anteriormente mencionados.
Adições líquidas de pré-pago crescem 453 %
7. Principais ofertas convergentes direcionadas para o segmento residencial
4P – Oi Conta Total com TV (Fixo + Pós + Velox + TV + WiFi)
3P – Oi Conta Total (Fixo + Pós + Velox + WiFi)
3P – Casa Total (TV+ Fixo + Velox + WiFi)
2P – Internet Total (Velox + 3G Ilimitado + WiFi)
2P – Fixo Total (Fixo + Pré)
8. Tendências no segmento Mobilidade Pessoal
Crescimento consistente da base de pré-pago com boa progressão em carregamentos. As adições líquidas aumentaram 453 % no primeiro trimestre de 2014 em relação ao período homólogo do ano passado. Os carregamentos também aumentaram 7,1 %.
A oferta fixo-móvel Oi Controle já representa 10 % da receita de clientes. O pós-pago sustenta transição de voz e texto para dados. O “Oi Mais Conectado” (voz + pacote de dados + sms ilimitado + chamadas on-net ilimitadas) já representa 17% das vendas do pós-pago.
É esperado para os próximos anos um crescimento exponencial de serviço de dados que conduzem receita e tráfego. A receita de dados móvel cresceu 43 % ano após ano.
9. Apostas no segmento de Pequenas e Médias Empresas
A Oi tem um curso um turnaround comercial, assente na aposta em três áreas, que já está a gerar melhorias nos resultados de dezembro de 2013 para abril de 2014:
(1) Qualidade das vendas (revisão das comissões e confirmação das vendas junto do cliente);
(2) Competitividade (ofertas convergentes, atualização das ofertas, força de vendas internas, lojas da marca, service to sales, apoio aos parceiros);
(3) Produtividade (revisão de políticas de crédito, melhoria do site, geração de informação e análise, para melhorar o processo de vendas).
10. Apostas no segmento Corporativo
Dados, Cloud e Tecnologias de Informação são os principais drivers de crescimento no segmento Corporativo. Os resultados evidenciam um crescimento de 20 % nas receitas de TI e de 16 % nos dados no primeiro trimestre do ano comparando com o primeiro trimestre do ano passado. Regista-se um progresso constante através do crescimento de clientes e novos serviços.
Excelente material Miguel!!!
Avaliação interessante:
http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/psi_20/interior.aspx?content_id=3941346
Bela Matéria Miguel, muito obrigado por compartilhar!
abraço e sucesso!
Desgastante é o termo ideal para descrever a situação, entretanto, já tenho um preço médio (1,007$ na OI ADR) mais de acordo com o que pretendia, até tendo em conta o AC da OI. Sobre a dívida alta, se há variável que a fusão irá melhorar é o montante da dívida e o spread, logo estou tranquilo. É imperioso melhorar o serviço da OI (em geral) e ganhar clientes, especialmente no móvel. A PT tem o know how necessário, também a nível tecnológico, que acredito que possa ajudar a OI (e a CorpCo) a atingir outros patamares.
EU não consigo ver problemas no Brasil para o setor de telefonia principalmente pela moda do smartphone, aqui muitos brasileiros que antes chamavam atenção comprando carros bonitos agora se focam mais no celular que carregam. Pode parecer bem estranha essa observação mas o foco de “status” do brasileiro da moda é investir em smartphone e consequentemente há um frequente aumento da demanda no setor de telefonia.
A OI no Brasil é muito grande ela inclusive comprou a parte da telefonia fixa que era das estatais e segundo notícias já se cogita nem investir tanto nesse segmento de telefonia fixa e sim se dedicar a outros segmentos tais como Celular, Internet e TV Paga.
interessante artigo Marcus. E detalhe, o celular smartphone está na moda!!! mais do que ter um carro novo (que diga-se de passagem é muito caro no Brasil). E viva o consumismo!
O Credit Suisse parece-me mais credível, mas quem está longo terá que ter muita paciência. Outras entidades surgirão com notas neutras ou positivas, já não acredito em notas negativas, o que reforça a opinião do Marcus sobre o fundo (onda 5) na zona de 1,8.
Tomada que seja o fundo da onda 5 mesmo, operação de longo prazo é desgastante ainda mais em empresa com dívida alta.